EDIFÍCIO PARA O CONFEA-DF

1999
Brasília (DF)

planta nível 1081.10 - segundo subsolo

planta nível 1083.55 - primeiro subsolo

planta nível 1086.00 - praça de acessos

planta nível 1088.80 - sobreloja

planta níveis 1092.30/1095.80/1099.30 - pavimento tipo

planta nível 1102.80 - restaurante


corte transversal


corte longitudinal


elevação W3

O CHÃO DE BRASÍLIA

Brasília de Lúcio Costa é a única cidade brasileira cujo desenho não está condicionado à figura do lote. Essa também é uma razão pela qual o chão de Brasília oferece tanta beleza e generosidade.

O “CHÃO” DO EDIFÍCIO

A implantação do Edifício para o CONFEA considerou antes de tudo a importância desse chão de amplas visuais e desenhou o nível do térreo aberto e livre à circulação transversal de rua a rua, garantindo sua continuidade. O chão do edifício é construído, portanto, distinto do terreno natural que o circunda. O partido arquitetônico optou por abrir os níveis construídos abaixo do solo, integrando-os verticalmente, como térreos multiplicados, iluminando, ventilando e dando-lhes expressão arquitetônica.

O EDIFÍCIO ESSENCIAL: O DESENHO DAS CIRCULAÇÕES VERTICAIS MECÂNICAS E HORIZONTAIS E DO SUPORTE DAS INSTALAÇÕES

O edifício está organizado pelas suas circulações e instalações cuja lógica é a mesma da estrutura. Duas prumadas verticais — pilares — que abrigam de um lado os elevadores e escadas e do outro as instalações. A circulação horizontal entre elas — definida pelas duas paredes contínuas de concreto — é também o desenho do caminhamento de todas as instalações e espaço para sanitários e copas de todos os escritórios.

A esse conjunto composto de circulação vertical mecânica e escadas, circulação horizontal e instalações, chamamos Edifício Essencial, que embora não detenha nenhuma área de trabalho propriamente dita é o que permite que todas elas sejam implantadas. São como as ruas na cidade.

A GALERIA DE CIRCULAÇÃO CENTRAL COMO A RUA DO EDIFÍCIO — ESPAÇO EXTERNO

O sistema de circulação horizontal central, no núcleo do edifício, é aberto nos dois extremos e possui grandes aberturas laterais, como se fosse, por contradição, externo. As grandes aberturas laterais nessa galeria — rua de circulação e serviços — são entrada de luz e acessos aos pisos de escritório.

OS PISOS DE ESCRITÓRIO CONSTRUÍDOS “FORA” DO EDIFÍCIO

Desse modo os pisos de escritório são construídos para fora do Edifício Essencial, como se sai das ruas para entrar nas casas. O corpo do edifício é constituído por uma estrutura metálica aplicada diretamente sobre a grande viga e apoiada no outro extremo por pilares metálicos que definem os arrimos dos pavimentos do subsolo.

O RESTAURANTE

O restaurante na cobertura tem duas áreas proporcionais: uma fechada e outra aberta — terraço — e desfruta de um espelho d’água como contraponto ao clima seco de Brasília e garantia de isolamento térmico para a laje de cobertura. O espelho d’água reserva sempre uma distância segura entre os pisos — praticáveis — o limite do edifício, dispensando o recurso de peitoris ou guarda-corpos que impõem obstáculos indesejáveis à visibilidade.

Uma cobertura metálica em balanço garante o sombreamento deste espaço, além de suportar sua iluminação.

O CAFÉ

Como complemento ao restaurante na cobertura, esse projeto sugere um café mais junto à rua, numa extensão pública da sobreloja e com acesso direto pela ponte de acesso.

A “FACHADA” INTERNA

A fachada do Edifício Essencial é a parede externa da galeria de circulação somada em todos os seus pavimentos. A rua do edifício é visível para a rua da cidade por meio da transparência dos volumes de escritórios e francamente expostas nos dois extremos. Assim a parede interna dos escritórios é também a “fachada” do edifício para a cidade.

A LOJA COM VISIBILIDADE 360o E O MEZANINO DE INSTALAÇÕES

A loja também foi disposta sobre um plano de laje solto sobre o vazio, assim ela resulta visível em todo o seu perímetro. Além disso ela desfruta de uma sobreloja e mezanino no embasamento das galerias de circulação dos escritórios, liberando o piso da loja.

O QUEBRA SOL – A FACHADA EXTERNA

As duas principais cortinas de vidro dos escritórios têm orientação leste e oeste. Elas receberão proteção de um quebra sol em vidro temperado serigrafado com padrão de impressão a ser criado para velar parte da luz incidente sem perder o efeito da transparência, além disso podem receber pelo mesmo processo textos e logomarcas que identificam e informam os serviços e empresas sediados no edifício. Esses painéis de vidro quebra-sol serão dispostos num plano, completamente livre de caixilhos e solto de 1,00 m do fechamento dos escritórios.

O CHÃO MULTIPLICADO E A INTEGRAÇÃO ESPACIAL OS PAVIMENTOS

O acesso de pedestres ao edifício realiza-se por meio de uma ponte de acesso que atravessa transversalmente o lote de um lado ao outro, ligando as duas ruas, W2 e W3. Essa ponte percorre o “lote” sobre um vazio construído.

Os automóveis também atravessam de uma rua à outra, mas pela cota inferior, que dá acesso ao edifício e também aos estacionamentos. Tanto o nível térreo como o primeiro nível inferior de garagem desenham vazios que integram espacialmente os pavimentos inferiores.

INSTALAÇÕES

Sobre a cobertura do restaurante, uma laje de concreto na projeção da galeria de circulação e serviços – a praça técnica – abriga os equipamentos de ar condicionado e o reservatório superior.

O reservatório inferior e reserva de incêndio localiza-se sob o segundo subsolo, juntamente com as bombas de recalque. A casa de máquinas dos elevadores hidráulicos estão situadas no segundo subsolo juntamente com a cabine primária e geradores

CONCURSO NACIONAL

ARQUITETURA

Alvaro Puntoni, Angelo Bucci, Marcelo Caloi
Maria Isabel Imbronito, Marta Moreira, Omar Dalank

COLABORADORES

Eduardo Ferroni, Moracy Amaral

CONSULTORIA ESTRUTURA

Ibsen Puleo Uvo

CONSULTOR INSTALAÇÕES

Antonio Claudio Muylaert

CONSULTOR AR CONDICIONADO

Eduardo Grecco

ORÇAMENTO

Rosangela Castanheira
Top