PAÇO MUNICIPAL DE HORTOLÂNDIA

2009
Hortolândia (SP)

corte longitudinal

corte longitudinal

corte longitudinal

corte transversal

planta nível 615.00

planta nível 618.50

planta nível 622.00

planta nível 625.50

planta da cobertura

OS MODULOS ESPACIAIS E PROGRAMÁTICOS – A construção em etapas

O programa proposto para o Paço indicou a necessidade de construção de 18 módulos espaciais de aproximadamente 1.500 m2 cada: 15 destinados ao Executivo, 1 ao Legislativo, 1 ao Jurídico e 2 ao Conjunto Cultural.

Considerando a extensão das áreas, admitiu-se a construção em fases.

Em uma primeira etapa poderiam ser construídos 9 módulos. Na segunda fase os 7 módulos restantes, e finalmente, os 2 módulos restantes ligados as atividades culturais.

É importante salientar a flexibilidade das praças de serviços e a sua condição genérica: pode-se admitir qualquer uso conforme as necessidades do processo de implantação dos serviços e poderes, assim como a constituição de fases intermediárias.

A PLATAFORMA – O Edifício Genérico

Para possibilitar usos diversificados e alternados é necessário um espaço flexível capaz de acolher todas as atividades previstas: um Edifício Genérico:

Um Módulo Espacial de Serviços de 750 m2 cada, com uma largura de 18.50 metros por 40 metros de extensão, permite condições satisfatórias de ventilação transversal e iluminação natural e são intercalados por blocos servidores acoplados, com sanitários, circulação vertical (fixa e mecânica) e copa. Duas barras paralelas com 4 módulos cada uma, separadas por uma Praça Interna Longitudinal, reguladora do conforto ambiental que permite a integração visual entre as diferentes atividades e usos, conformam o Edifício Genérico. A articulação entre os Módulos é variada, podendo ser horizontal ou vertical e se realiza através de praças de conexão no vazio longitudinal entre os edifícios. As prumadas de circulação a cada 40 metros acabam por constituir os múltiplos endereços, além de uma circulação em circuito, abrandando a extensão do edifício.

Na associação final depois de construídas todas as fases os dois edifícios genéricos acabam por constituir uma placa horizontal ou a Plataforma de Serviços, sobre a qual uma Praça Superior pública permite ao usuário uma vista panorâmica da cidade na vertente oposta do Vale.

A PEDRA TRANSPARENTE e A TORRE – Os edifícios simbólicos

Em oposição aos edifícios genéricos os edifícios que abrigam os poderes jurídico, legislativo e executivo foram pensados como exceções formais no conjunto, assim como o Bloco Cultural.

Considerando as múltiplas possibilidades de implantação e seus aspectos conjecturais, a Câmara Municipal será instalada no Edifício Genérico seja qualquer fase de implantação. Seu caráter simbólico será acentuado pelo plenário implantado na Praça Central como um anexo: uma estrutura de concreto e aço, fechada em cristal, totalmente transparente em relação a todo o conjunto, permitindo a visualização de todas suas atividades públicas.

Da mesma forma, o Foro ocupará um Modulo de Serviço do Edifício Genérico, mas estará francamente relacionado à rua, com acesso independente, sobressaíndo-se no conjunto.

O edifício que abrigará o poder executivo e serviços correlatos trata-se de uma estrutura vertical situada na Praça Central: uma torre com 5 pavimentos. O fuste central alongado abrigará a circulação vertical e serviços e abre-se para um vazio central que permite que o céu esteja sempre presente, iluminando suas atividades. Sua altura permitirá que seja vista a partir de uma distancia significativa assegurando a presença do novo conjunto na vida cotidiana da cidade. Como uma ponte, os espaços de atendimento ao publico ligam os dois Edifícios Genéricos a Torre e a Praça de Acesso.

O BLOCO CULTURAL – O Teatro Municipal e a Biblioteca

O Teatro é um bloco fechado executado com paredes estruturais de concreto que conformam os vazios da platéia e do espaço cênico. A altura necessária para admitir o urdimento permite a possibilidade de constituir sobre o espaço da platéia uma sala de ensaio ou usos múltiplos que se abre para uma varanda e, novamente, a vista da cidade.

Como uma construção envoltória, em um único pavimento a Biblioteca paira sobre uma praça de acolhimento aberta e essencialmente pública, como extensão da Praça de Acesso. O acervo da biblioteca está diretamente apoiado na viga parede de 80 metros de extensão. Os espaços de leitura, administrativos e demais funções da biblioteca estão abertas diretamente a paisagem ou iluminados indiretamente pelos vazios definidos pelo afastamento do edifício envoltório que cinge o bloco opaco do teatro. Um café, sob a laje do acolhimento, ainda oferece não só as atividades culturais, mas a todo conjunto, um espaço de estar e encontro.

AS PRAÇAS – a Praça de Acesso e a Praça Central

As praças organizam os espaços externos e conciliam do diversos níveis do conjunto, integrando suas atividades. A Praça de Acesso no nível 618.50 é pela dimensão e relação com a rua existente o espaço principal de ingresso dos usuários. Comunica-se diretamente com a Praça Central, no mesmo nível, mas diferentemente da arborização extensiva é inteiramente pavimentada como requer seu caráter cívico. No nível 615.00 situa-se o estacionamento, parte sob os edifícios genéricos, parte descoberto, mais associado ao Bloco Cultural. Este nível é mais francamente relacionado com a nova avenida, mas pode ser acessado pela Rua Transversal de Ligação proposta.

PRÉ FABRICAÇÃO E ESTRUTURA DE EXCEÇÃO – Aspectos construtivos possíveis

Os edifícios genéricos podem admitir desde a pré-fabricação total a formas racionalizadas de construção, seja em concreto armado ou estruturas mistas de aço. Seu caráter genérico e modular deverão ser notáveis. Os blocos interpostos de sanitários e circulação vertical estabelecem a clara separação entre os módulos, mas são os elementos de ligação e articulação entre os espaços. Assim como as estruturas de conexão entre os edifícios, serão executados em estrutura de aço, acopladas a estruturas dos módulos. Os edifícios genéricos, em suas faces externas serão escudados com uma estrutura dupla e móvel, de perfis verticais de madeira autoclavada, que protegerão as aberturas da insolação direta.

As lajes de cobertura são espelhos d’água para melhorar a inércia térmica, além de permitir a constituição de um paisagismo aquático na Praça Superior. Já a estrutura da Torre será constituída de uma estrutura vertical de concreto de 15×15 metros que apoiará duas vigas protendidas de aço com 12,50 metros de balanço cada, responsáveis por suportar 350 toneladas cada. As lajes serão executadas com pré-formas metálicas apoiadas em vigas de aço de 600 mm a cada 3 metros. Estas vigas estão apoiadas na estrutura de concreto e na viga de aço envoltória que se liga aos pendurais de aço. Da mesma forma que o Edifício Genérico a torre será envolvida por uma velatura de madeira autoclavada. Os pisos serão elevados em ambos os edifícios e permite flexibilidade na organização dos espaços. O bloco cultural adotará uma solução mista de concreto armado nos planos verticais e horizontais e aço nas barras.

A CONSTRUÇÃO DA NOVA SUPERFICIE: A PLATAFORMA DE SERVIÇOS – A implantação do Paço e sua relação com a paisagem imediata e longínqua

O conjunto em sua implantação final será constituído por uma placa horizontal sobre o terreno reorganizado em dois niveis: os dois renques paralelos de edifícios genéricos com 2 pavimentos cada, 49,50 metros de largura e 200 metros de extensão: uma Plataforma de Serviços.

Entre os dois edifícios uma Praça Central de 49,50 metros de largura é marcada por duas construções: o plenário da Câmara Municipal e a Torre da Prefeitura. Outro conjunto edificado completa o Paço: o bloco cultural junto a Praça de Acesso.

A disposição do conjunto e a extensão dos edifícios permite que se realize o acesso tanto pelos níveis mais altos junto a rua já existente, assim como pelo nível mais baixo predominante na avenida a ser construída.

O Novo Paço se constituirá numa referência na paisagem da cidade, uma plataforma para projetar a cidade de Hortolândia no seu futuro desejado.

CONCURSO NACIONAL

ARQUITETURA

Alvaro Puntoni, João Sodré, Jonathan Davies

COLABORADORES

Fernanda Varela, Gabriel Manzi

ESTRUTURA

Heloisa Maringoni
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