2005
Vitória-ES

situação

planta serviços e estacionamento

praça das pedras

praça das águas

planta serviços e estacionamento

praça das pedras

praça das águas

planta dos escritórios

corte longitudinal

corte longitudinal

corte transversal

corte transversal

elevação





ESTRATÉGIA DE OCUPAÇÃO DO SÍTIO
A excepcionalidade do lugar e sua presença na cidade, os encontros das encostas com os planos aterrados, constituem situações espaciais que o projeto procura valorizar e evidenciar. A relação visual direta entre as cotas altas do morro e a cidade na cota zero, assumindo a encosta como saia arborizada dessa ilha verde, é um dos preceitos que determinam o projeto.
A estratégia de ocupação, com a localização das construções no topo do morro realiza esta idéia e se contrapõe aos edifícios do entorno que negam e escondem essa geografia, subtraindo-a da vida cotidiana da cidade.
O estudo minucioso do terreno levou a um ajuste do embasamento central proposto de modo a preservar integralmente a área rochosa onde se localizam as árvores mais significativas da área, incorporando-a ao conjunto edificado. Este espaço dado, ponto culminante do morro, torna-se um local de estar, circundado por uma varanda, e uma comunicação externa entre os edifícios das duas fases de implantação. Sua flora constitui o suporte natural para o Orquidário que ali será instalado.
EDIFÍCIOS PROPOSTOS E FASES DE IMPLANTAÇÃO
As dimensões estabelecidas para a futura ampliação levaram à concepção do projeto de forma integral, com duas fases de construção. Deste modo o conjunto apresenta uma única lógica de implantação e as mesmas qualidades espaciais. A construção da primeira fase, no entanto, já constitui um núcleo funcional e íntegro, que terá sua espacialidade enriquecida pela futura ampliação. A execução da segunda fase poderá ser realizada sem gerar qualquer transtorno para o funcionamento da fase inicial.
EMBASAMENTO
O embasamento, de implantação discreta e geometria adequada ao topo do morro, é o elemento de articulação geral do complexo. Seu interior abriga as vagas de estacionamento cobertas, mini-auditórios, salas de vídeo conferência, setor bancário e lojas. Em sua cobertura, em meio a uma Praça de Água, encontram-se a área para eventos ao ar livre, o centro de atividades físicas e um pequeno café. Coração do conjunto, este edifício mistura os setores de Vivência e Centro de Convenções criando um ponto focal para o encontro e a integração, articulando todos os edifícios.
Um recuo desta construção preserva uma área de rochas e árvores existentes. Esta Praça das Pedras transforma-se em extensão ao ar livre do foyer do Auditório Central, do Centro de Convenções e do Centro de Realidade Virtual, coadunando todas estas atividades
BLOCOS DE APOIO LESTE E OESTE
Paralelos às curvas de nível, dois blocos albergam os setores que precisam de comunicação com os escritórios, porém necessitam de autonomia espacial e de acessos independentes. O bloco Oeste, por sua posição mais próxima ao acesso principal e relação mais franca com a avenida, recebe os programas de interface pública mais definida: Serviços, Subsidiárias e Centro de Atendimento Médico. Foi locado também nesta construção o Centro Integrado de Controle (CIC).
O bloco leste, mais próximo ao acesso secundário, abriga os setores que precisam de acesso com docas de carga e descarga e pés-direitos especiais. Encontram-se nele: Almoxarifado e Oficinas, Datacenter, Laboratórios e Armazenagem de Amostras.
As coberturas de ambos são jardins conectados à Praça de Água por meio de pontes metálicas sobre a rua interna.
ESCRITÓRIOS
As áreas para escritórios se resolvem em um único bloco destacado sobre os demais. Sua implantação dá unidade ao conjunto e permite a criação de comunicações verticais diretas entre eles. Quatro linhas estruturais longitudinais criam três salões paralelos de 150 x 12,5 metros. O salão central concentra os núcleos de circulação vertical e instalações e cria um grande vazio, interrompido duas vezes por volumes que abrigam programas especiais como mini-auditório, vídeo-conferência e reuniões. Esse vazio permite proporcionar ventilação e iluminação naturais para todos os ambientes. Jardins e varandas, intercalados, dão ritmo aos pavimentos, sugerem setorizações e criam espaços para o usufruto da paisagem.
Para controlar a insolação sobre suas fachadas foram criados planos de sombreamento e difusão em chapa metálica perfurada, galvanizada e pintada de branco. A perfuração desses elementos é variável e responde às necessidades de cada ambiente e às diferentes orientações. Esses elementos, pela escala de sua aplicação, superam seu caráter utilitário ao configurar um bloco monolítico branco que paira sobre o morro e a Praça da Água.
AUDITÓRIO
Junto à Praça das Pedras, uma nova pedra, quadrada, com 27 metros de lado e 16m de altura abriga o auditório central, o refeitório e um conjunto de rampas que interliga estes programas e os três níveis do embasamento. A sala do auditório acomoda 390 lugares e possui foyer externo avarandado que desfruta a paisagem e se funde aos demais programas que conformam o Centro de Convenções.
CENTRO DE REALIDE VIRTUAL
Por seu caráter investigativo e experimental por meio da utilização de tecnologias em desenvolvimento, o CRV foi pensado como uma grande caixa dentro da qual diferentes arranjos irão se sucedendo ao longo do tempo. Este volume, de planta octogonal e construção em concreto armado, cria um vazio interno de 10 metros de altura e uma prumada de instalações sanitárias e salas de reunião que se repete em três pavimentos. Os ambientes que completam o programa são construídos com estruturas metálicas e podem ser futuramente re-configurados.
Este projeto para a nova sede da Petrobrás UN-ES se configura como uma ação de adição. Não encoberta ou subtrai da vida da cidade o Morro do Barro Vermelho, seu sítio de implantação, mas ressalta sua vegetação e consolida seu caráter original. Acrescenta à paisagem uma nova referência, planos d’água, outras pedras e duas linhas brancas. Sombras e luzes sobre a rocha ligando seu passado natural a seu futuro desejável.