2013
São Paulo (SP)


planta nível 748.00 / pavimento térreo

planta nível 755.50 / galeria

planta nível 763.00 / biblioteca

planta nível 766.75 / administração

planta nível 770.50 / acervos - oficinas

planta nível 793.00 / varanda

planta nível 795.50 / apartamentos - ateliês

planta nível 798.00 / apartamentos - quartos

elevação rua D. José de Barros

corte longitudinal

corte transversal e elevação rua 7 de Abril




gruposp, bilheteria, 2013 / federico herrero, catarata, 2013

dominique gonzalez-foerster, postococa (com sergio bernardes e décio pignatari), 2013

leandro nerefuh, livraria calil trouvé, 2013
MUSEU DIFUSO E URBANO
Quando se pensa no MAM Ibirapuera, ocupando uma extremidade da marquise, projetada originalmente por Oscar Niemeyer, para interligar os edifícios pavilhonares de exposição (Indústria, Nações e Estados), além do Auditório e da Oca, pensamos em um museu sem corpo. Seu volume expositivo esta sob a sombra, eclipsado por um restaurante que é atualmente sua real fachada, delimitado pela parede cega dos serviços. Poder-se-ia dizer que se trata de um museu avolumétrico. Em contrapartida historicamente é o museu cujo latente volume expositivo constituído por sua coleção se amplia importante e continuamente, agregando obras de artistas contemporâneos.
Se retrocedemos na história, a jornada deste importante coleção se inicia em 1948 na rua Sete de Abril, no edifício dos Diários Associados (uma reforma projetada por Vilanova Artigas no Edifício Guilherme Guinle do arquiteto Jacques Pilon), juntamente com o MASP. Nos parece significativa esta ubicação dúplice na área central da cidade. Ambas as instituições acabaram migrando deste sitio original, assim como a maioria das atividades econômicas e habitações, esvaziando-o. Contraditoriamente, o atual centro da cidade, repleto de volumes e fachada, está esvaziado por dentro. Se suas ruas estão repletas de cidadãos cinéticos em rápidos deslocamentos, notam-se os vazios ou planos fechados e cegos dos espaços no rés do chão.
Julgamos oportuno restabelecer um olhar para estes espaços. Inserir a ideia de espaços expositivos ao nível da rua, mesclados ao ir e vir cotidiano dos transeuntes, oferecido até ao olhar mais incauto, seja de dia ou de noite, aproximando a arte de um público que está alijado do circuito dos museus.
Vislumbra-se a possibilidade de constituir um conjunto de espaços expositivos sempre em espaços nos térreos dos edifícios da área central, mesclado ao comercio e serviços, constituindo desta forma um museu difundido, inclusivo e organizado por um percurso múltiplo conformado pelas ruas da cidade, inserido, portanto no espaço urbano.
A titulo de exemplificação, relacionando diretamente com a história do MAM, imaginamos quatro espaços na rua Sete de Abril, dos quais três serão ocupados por artistas participantes do 33º Panorama.
1. Edifício Esther (1936), que abrigou o Clube dos Artistas e Amigos da Arte (onde foi idealizado o MAM nos anos 1940). Ocupação de um espaço residual do térreo que conterá um índice remissivo da exposição urbana.
2. Edifício Guilherme Guinle (1944), que abrigou originalmente o MAM e MASP. Ocupação epidérmica a partir da projeção de imagem na fachada principal do edifício.
3. Galeria Nova Barão (1962), rua comercial que interliga a ruas Sete de Abril com Barão de Piratininga. Ocupação do espaço da rua pela artista Dominique Gonzalez-Foester e desfile de Arto Lindsay.
4. Esquina das ruas Dom José de Barros e Sete de Abril. Utilização da empena cega existente para uma pintura do artista Federico Herrero. Também para este mesmo sítio estamos propondo o projeto de um volume técnico com espaço expositivo, administrativo e acervo técnico, além de apartamentos para artistas residentes, que ativaria e viabilizaria a existência deste museu difuso e urbano na área central.
5. Edifício Itá, na Livraria Calil e sua vitrine. Ocupação pelo artista Pablo Leon de La Barra, com Leandro Nerefuh.
Imaginamos um novo possível MAM. Urbano e difuso, por sua inserção múltipla na urbe, amparado pela história e francamente aberto à população.